28.9.09

Escalada em Corupá

Neste ultimo fim de semana, embora a previsão de chuva, fui conhecer o setor de escalada que mais esta dando o que falar. De tudo que já li a respeito nada pôde descrever o que é escalar nas paredes de conglomerado de Corupá. Como já escreveu muitas vezes Daniel Casas no ecos da montanha, "escalada peculiar".

Saímos de madrugada de Florianópolis rumo a Corupá e encontramos no caminho muita chuva, mas nada que fizesse nos desanimar. A chuva insistia em cair até quando chegávamos próximo de Jaraguá do Sul, depois disso o tempo parecia melhorar e por incrível que pareça a chuva não caia no Braço esquerdo.

Conversamos com o dono do local, Seu Arlindo que nos avisou sobre avisa-lo antes de ir pois por sorte ele estava fazendo uma visita e nós encontramos a porteira aberta.

Depois da breve conversa nós fomos para o setor escalar, caminhamos por uma gigantesca trilha de 1 minuto (Sim! Pode acreditar, em 1 minuto de caminhada chega no setor). Embora não se caminha muito, o local é extremamente selvagem com diversos mosquitos hostis (boa dica é levar repelente).

Neste dia encontramos os escaladores de Jaraguá do Sul Paulo e Márcio no qual nos avisou de 3 vias novas. Eu tive o privilégio de ser o primeiro escalador a entrar na via depois de aberta e com muita dificuldade percebi que a via se tratava de um nono. Não sai a cadena mas fiquei muito feliz de poder tirar todos os lances da via.

No sábado a chuva não veio e escalamos até a hora que o corpo pedia descanso, foram 5 vias ao qual em nenhuma delas eu não sai com os braços "bombando".

À noite conhecemos dois escaladores de Curitiba, Poder e Fafá. Escaladores motivados que mesmo chovendo em Curitiba apareceram lá para tentarem seus projetos. Um deles estava tentando a via Seixo-no-ia e me permitiu dar um pega. Com certeza uma das vias mais bonitas que já escalei (ou tentei escalar). Um 9c de resistência muito atlética que me fez chegar nos últimos movimentos sem poder segurar os regletes finais para chegar na parada.

Depois disso, por volta das 14:30 a chuva veio mas não atrapalhou os planos dos curitibanos de continuarem tentando suas cadenas. Nós, que já estavamos bastante cansados, decidimos pegar a estrada de dia já que a chuva era realmente forte.

Agradeço os escaladores Leco e Rafael pela pareceria desta trip que vai ficar na memória.

22.9.09

Fim de semana de cadenas

Este ultimo fim de semana vai ficar marcado como o "Fim de semana de Cadena" para mim. A começar no sábado, depois de ter degustado algumas cervejas no Bar do Iega (lembrando os velhos tempos da faculdade) fui para a pedreira do Abraão com um único objetivo, encadenar a via "Maldição do Bom Abrigo".

A via não é uma das mais difíceis do local, mas com certeza é a que dá o maior frio na barriga uma vez que apresenta uma grampeação a "la Bito". Pra começar a via só tem 6 chapas nos seus 25 metros de altura. O segundo ponto importante é que se cair próximo da segunda chapeleta, que por sinal é a proteção mais difícil de bater já que quebrou a agarra de costurar e surgiu um crux, possivelmente chegará no chão depois de voar uns 9 metros. Nada motivador!

Passeia a manhã com uma desgraçada dor de cabeça mas por sorte um desses remédios que termina com il resolveu o problema. Fiquei com "foco no foco", pouco escalei até montar um top na via (Sim! Escalei em top primeiro, preferi uma cadena que uma perna quebrada). Depois de memorizar todos os movimentos e muito sangue nos olhos com tremedeira a via saiu. A importância para mim dessa via não era só pela cadena, mas por ser a única via que faltava para passar a regua no setor e talvez ser o primeiro escalar a encadenar todas as vias da pedreira (talvez fato histórico já que não se sabe de nenhum escalador que já fez tal feito, se tiver algum aí avise por favor!).

O fim de semana já estava ganho e já não pretendia mais nada. No domingo o João Cassol me convidou para ir no Gravatá tentar encadenar a via "Marisqueira", um 8c/9a escalado com corda de cima com poucas cadenas. Como a escalada neste setor é doida decidimos aquecer nuns boulder no setor da caverninha. Lá havia uma travessia de um 7b/c que ainda não tinha encadenado e mesmo estando um pouco molhado saiu. Fim de semana mais que ganho! Depois disso aproveitamos o belo dia se sol para curtir a praia, sentado nas pedras e viajando nuns blocos do lado decidimos então ir no foco, via Marisqueira.

Armamos o top no mais belo grampo que se pode encontrar num costão e começamos a tentar. Logo na primeira subida senti que a via estava muito forte para mim, pois se trata de uma via de aproximadamente uns 12 metros de negativo ao qual depois de tirar o pé do chão o único descanso é no cume. Sem muitas pretensões fui dar minha segunda tentativa e por incrivel que pareça os movimentos da via começaram a fluir e eu fui sentindo que o "portal" estava aberto e quando me dei conta já estava dominando o cume. Inacreditável, mais uma cadena ao qual senti que me superei além do imaginado. O João, que na tentativa anterior não encadenou por uma agarra quebrada logo em seguida cumpriu a missão. Felicidade a milhão!

Neste dia ainda encontramos o escalador Reginaldo de Joinville, que nos deu apoio para a cadena da Marisqueira, seguimos terminar o dia escalando alguns boulders do local (que são vários por sinal). Depois de entrar nuns boulders clássicos, decidimos entrar no tal "Infactivel". A história deste boulder começa quando um escalador local (local mesmos, só escalava no gravatá) desse um dia para uns escaladores de São Paulo que o dito era infactivel. Motivados pelo desafia de provar que era possivel os mesmos fizeram a cadena graduando em V10. No ultimo verão, eu e o João já haviamos entrado neste boulder num fim de tarde, talvez pelo cansaço do dia não evoluimos muito. Domingo então decidimos entrar nele, afinal já não tinhamos mais foco nenhum. Por incrível que pareça, com a força do além e o portal aberto, eu cansado do fim de semana de escalada, já na segunda tentativa encadeno o Infactível. Tem coisas que não se explica! O fato é que a cadena saiu e já não sabia mais onde colocar tanta felicidade. O João, não por menos, mandou o boulder logo na seqüencia.

Para dar o ponto final na história do fim de semana e o ponto final do primeiro capítulo do "Infactível" achamos que o talvez o boulder não se trata de V10. Comparando com alguns boulder ditos consagrados aqui na ilha, pode ser que no máximo seja um V8. Eu nunca encadenei nada além de V7 e olhando numa tabela na internet observei que V10 se trata de algo em torno de 10c, francamente não escalo isso tudo. Pensando bem V8 é algo em torno de 9c/10a, a Marisqueira que pode ser considerado um grande boulder, deu muito mais trabalho que o Infactivel sem contar que nós já tínhamos escalado muito. Se levar em consideração as comparações o boulder fica no máximo com V6 (9a) mas prefiro que outro escalador com mais bagagem diga qual é o grau mais provável.

Agradeço ao Gabriel, Rami, Camada, João, Reginaldo e Tomás pela parceria neste fim de semana inesquecível.













Boulder "Infactível".

16.9.09

Boulder na Praia do Santinho

Praia conhecida internacionalmente por receber grandes celebridades, o Santinho é também um ótimo local para a prática da escalada em boulder.

Caminhando no costão direito da praia, onde encotra-se o "controverso" resort Costão do Santinho, logo no começo já é possível observar alguns blocos para escalar. Caminhando um pouco mais, pela trilha concretada, logo abaixo dos monumentos encontra-se um setor com vários boulders de diferentes graus e distintas alturas.

Pouco se sabe sobre a escalada neste costão, mas o pouco que se sabe é o suficiente para saber que o local tem grande potencial para boulders de alta dificuldade.

A idéia de conhecer o costão surgiu do escalador Israel "Leco" que tempos atrás tinha comentado que passou por lá e viu vários blocos negativos. Neste ultimo fim de semana a chuva deu trégua no domingo à tarde, e eu que já estava no norte da ilha junto com os escaladores João e Andrea lancei a idéia de ir conhecer o setor. Convidamos mais alguns amigos que nos encontraram já no costão.

Apreciando a boa vista da trilha, pudemos observar que lá em baixo havia diversos blocos com grande potencial para boulder e uma parede de mais ou menos 10 metros que no momento até pensamos em abrir vias com corda. Descemos então com intenção de encontrar os blocos e antes mesmo de chegar nos locais avistados anteriormente, encontramos um setor de negativos de aproximadamente 4 metros de altura e uns 7 metros de comprimento. Lindos boulders foram escalados por ali.

Depois, seguindo a direção dos blocos já avistados, encontramos uma grande quantidade de possibilidades de boulders ao qual alguns com grande grau de exposição foram tentados. Alguns foram encadenados e outros viraram projeto, tendo as paredes que outrora pensamos em escalar com corda, foram abertas no mais belos estilo "highball" ao qual saíram três vias.

Neste fim de semana foram escalados 7 boulders e tentados mais três que viraram projeto, acredita-se que há muito mais para se conhecer neste costão até a praia do Moçambique, onde muitos boulders já foram abertos que serão descritos em outra hora.

Lista dos boulders escalados com sugestão dos graus:

1 - 5, travessia de 7m;
2 - 6, travessia de 5m;
3 - 6, 4m;
4 - 5sup, +-10m;
5 - 5sup, +-7m;
6 - 5, 6m;
7 - 8?, 6m;
8 - Projeto, 6m;
9 - Projeto, 6m;
10 - Projeto, 7m;

Quem puder dar mais informações sobre este local serão bem vindos.






8.9.09

Escalada em Canto Grande

Depois de uma semana de viagem a trabalho e um feriado de abrir os dedos venho postar aqui no Blog.

De longe vinha acompanhando o tempo pra saber como seria o feriado e tudo indicava tempo bom. Foi então que junto com João e Cotozinho decidimos ir para Canto Grande e encontrar com o escalador Daniel.

Para quem não conhece o local, Canto Grande sem dúvidas é um dos locais mais bonito do estado e com dois setores de escalada de tirar o folego, ou melhor, de tirar a pele. Conhecido por ser uma escalada em cristais, apresenta diversas paredes levamente negativa e muitos regletes tornando ao mesmo tempo uma escalada tecnica, de resistencias e de muita pressão. Sem dúvida é um dos locais mais difíceis de escalar do estado, não só pelo estilo de escalada mas também por não permitir que se faça mais de 4 pegas numa mesma via em um único dia.

Neste feriado decidimos entrar na via "Café com swing" que estava cotada em 10a (até onde se sabe só há uma cadena da via). No meio do crux havia um reglete de 1/4 de falange que foi chingado algumas vezes por nós. E não é que o maldito cujo, não por menos, quebrou na minha mão. Vale a máxima "Nada é tão ruim que não possa piorar", fiquei por algumas horas lamentando pela falta do reglete.

Depois de algumas tentativas o movimento saiu mas com uma dificuldade maior podendo até subir uma letra da graduação.

Com os dedos já reclamando, eu fui gastar minhas ultimas "fatias" de pele em um projeto chamado "Severina". Os movimentos sairam com mais facilidade que a via anterior mas infelizmente já não havia mais pele nos dedos para tentar a cadena, sem contar a chuva que veio no fim da tarde. Pela pequena experiencia na via já deu pra notar que se tratata de um nono grau.

No outro dia os dedos ainda não estavam recuperados e a saida foi escalar via mais tranquilas e que não tenha tantos regletes. Então a saida foi escalar as fissuras (sim canto grande conta com algumas vias em fissura), uma das escolhidas foi a via "Que se Fenda" cotada em 9c de fenda (essa não é tão tranquila assim). Embora um pouco duvidoso sobre tal grau (9c de fissura é 5.13b no grau estadosunidense que vemos escaladores especialistas como Tommy Caldwell passar mal) a via realmente muito dificil, e pelo que vimos, a via tambem tem reglete e os pés são ruins. Final da história, sem cadena, sem pele e muito feliz por um feriado de abrir os dedos de tanto escalar.

Embora o relato "modesto" acima, canto grande conta com mais de 40 vias com graus de 4 a 10 grau podendo escalar o ano todo. Para aqueles que gostam de praia mais deserta e não quer abrir mão de uma ótima escalada o local sem dúvida é uma boa pedida.


ESCABLUES - I Encontro de escalada na Pedra do Urubu em Vila Maria, RS

O primeiro encontro de escalada em rocha no Morro do Urubú será realizados nos dias 10, 11 e 12 de outubro de 2009.

Esta falésia de basalto, ainda pouco conhecida no estado do Rio Grande do Sul, conta atualmente com 13 vias grampeadas, 8 vias em móvel e 2 vias de proteção mistas. Estas vias estão divididas entre esportivas e tradicionais; equipadas, mistas e em equipamentos móveis 100%; desde boulder até 2 enfiadas. Mais vias estão sendo abertas para o encontro, novas paredes sendo conquistadas e boulders sendo preparados.

Vai rolar muita escalada, palestras, jantas de confraternização, festa e sorteio de brindes.

Então? A fim de participar? Só se inscrever a partir de setembro de 2009 via site.

www.escablues.com.br