10.12.10

Motivação

O ano está acabando e começo a recordar de como foi difícil manter a motivação para escalar. Comecei o ano depois de 2 meses sem escalar por conta de uma rotura na polia A3 do dedo indicador. Antes da lesão estava explorando meus limites com cadenas cada vez mais difíceis e por conta disso a empolgação me levou a lesão.
Começando o ano com um treinamento específico para recuperar a tempo perdido e buscar voltar ao mesmo nivel de escalada até junho. Não fiz disso uma obsessão, mas sim uma meta a cumprida.
Em maio fiz a cedena de um dos boulders mais difíceis que já escalei, o V de paulista (V9) (por falta de informação este boulder foi chamado neste blog de Paçoquinha, mas depois de conversas com outros escaladores o via já havia sido encadenada e proposto V9).
Mesmo saindo algumas cadenas eu sentia que ainda não tinha voltado ao mesmo nivel de antes, mas mantive a perseverança continuando com meus treinos e por conta de uma dor no cotovelo tive que diminuir o ritmo. Quando estava num momento de baixa aconteceu a cadena da via Filhos do Sol (9b/c), umas das vias que estavam na minha lista de cadena do ano e foi realizada graças a experiência e tranquilidade.
Em agosto o cotovelo já não me incomodava mais e no Encontro de Escalada de Londrina consigo a primeira ascensão da via Destino (9a), via que tentei 3 anos antes e nem havia isolado todos os movimento. Foi muita felicidade ter encadenado, graças ao apoio dos amigos que estavam no local pude superar inclusive as abelhas que me atacaram (detalhe é que sou alérgico).
Depois do Encontro segui para São Bento do Sapucaí com o objetivo de escalar paredes, mas com o Belê de guia local acabei conhecendo os setores de boulders e por conta disso fiz a cadena do meu primeiro V10, o Virilha Completa.
Mais tarde segui para o Cipó e lá priorizei as cadenas à vista no qual me saiu alguns 8a e 8b. Com muita vontade de escalar e pouco planejamento eu acabei escalando quase todos os dias e as cadenas acabaram diminuindo e a motivação também. Já nos últimos dias de viagem fiz a cadena da via Escamoso (8c). Tentando fortemente sair do Cipó com uma cadena de um nono grau mas o que consegui foi voltar pra casa com o cotovelo doendo.
Depois de um período de repouso volto aos treinos e começo a me dedicar mais as paredes, algumas escaladas na Pedra Branca e uma indiada na serra em busca de novas paredes. Aos poucos a temperatura começou a subir, a dificulade de ir pra paredes aumentou e a escalada estava cada dia mais dificil, muito calor exigindo escaladas nos fins de tarde.
Em novembro fui convidado pelo Leco para ir pra Caxias, muita comida boa e escalada no Salto Ventoso e na Gruta. No ultimo dia tive uma outra lesão no dedo e mais uma vez tive que dar um tempo parar recuperação. Aos poucos fui voltando e a única coisa que passava pela cabeça era manter um ritmo de escalada e aproveitar o tempo bom pra aproveitar as praias.
Já pensando em passar meu recesso de fim de ano na praia e pouca escalada, descubro pelos amigos que tem passagens baratíssimas para BH. Não pensei duas vezes, comprei as passagens e comecei a levar mais sérios os treinos. Comecei a me sentir melhor e já estava mentalizando algumas vias que queria entrar no Cipó, mas por conta do destino mais uma lesão me aconteceu. Desta vez não foi buscando alguma cadena, foi a segunda lesão mais idiota que já me aconteceu na vida (só perde pro dia em que eu tive uma distensão muscular nas costas me virando na cama dormindo).
Acordei um pouco atrasado para o trabalho e quando fui levantar da cama eu não me dei conta que estava coma perna dormente. Ao tentar pisar no chão a perna não respondeu e eu cai torcendo o joelho e batendo a cabeça no armário.
Ainda não sei quando voltarei a escalar, segundo meu médico se até a próxima semana não melhorar as chances de eu ter rompido o ligamento é alta e só através de uma ressonância para saber. Ainda sim sigo motivado e perseverante para me recuperar até o fim do ano.