23.11.09

Encontrado São Luiz 6 em Alfredo Wagner!

Passado alguns dias sem escrever no blog, venho trazer mais uma bela notícia para a escalada Catarinense. Neste ultimo fim de semana foi descoberto mais um setor com grande potencial de escalada esportiva em arenito no município de Alfredo Wagner, aproximadamente 130 km da Capital.

Como se diz por aí "há males que vem para o bem". Depois de um um intenso feriado com muitos boulders com a visita de Daniel Casas e Thamara em Floripa, eu descobri logo na terça que minha lesão no dedo era pior que eu imaginava. Aquela famosa dor de quem machucou as polias do dedo atormentou por 15 dias fazendo com que meu bom ritmo de escalada fosse interrompido. Como não estava em condições de escalar comecei a buscar outras coisas pra fazer, abrir vias.

Lançando a idéia pro João, fomos domingo passada (15/11) abrir vias na Pedreira de Ratones. Abrimos 2 vias de 5 grau e grampeamos um top que haviamos aberto há um tempo atrás. Neste dia voltou aquela vontadinha de abrir vias e logo o João botou pilha pra ir buscar novas rochas em Alfredo Wagner. Passado uma semana de muito trabalho e o dedo ainda incomodando, sábado de manha partimos pra "Alfredão" mesmo com a meteorologia contra nós.

Neste dia de tentativas frustadas, passamos o dia procurando rocha de qualidade e no final da tarde tivemos que ir pro Le Glamour só pra tirar o urucubaca e escalar pelo menos uma viazinha.

A noite não foi nada agradável, aquele friozinho de serra e chuva até o domingo de manhã. Meio que desmotivado pelo tempo "azedo" deixamos o carro até onde era segura (onde não corria risco de atolar), colocamos a mochila nas costas e 40 minutos de caminhada até chegar na parte de cima de uma falésia. Uma chapeleta batida e lá se foi o João rapelar para o desconhecido em busca da rocha perfeita. Lá de baixo se ouvia alguns gritos e logo desci na seguencia.

Assim que cheguei no chão já não vi mais o João, apenas barulho de mato se movendo e uma parede de aproximadamente 20 metros com diversos tetos cheio de agarras. A alegria foi tanta que não tinnha nada para dizer. Logar inacreditável com um dos melhores arenitos que já ví em toda minha vida.

O setor 2 de Alfedo Wagner, como foi chamado, apresenta uma falésia de uns 100 metros de extensão ao qual se pode escalar. Falésia esta que por onde se olha é possível encontrar uma linha para abrir vias sem ter que tirar um mato da parede se quer. Neste dia abrimos duas vias de sexto grau e apenas tivemos que retirar dois blocos e nada mais.

Ainda é muito cedo para falar sobre o setor, mas com certeza vai ser um dos locais com maior concentração de vias em todo o estado tendo diversas linhas passando pelos inúmeros tetos, o que sugere abertura de vias de altíssimo grau.

Com relação as vias que abrimos, a primeira aberta foi a "Só alegria" 6?, 18 metros (mista) e a "Garota Mormaii" 6sup, 18 metros (6 chapas com a parada).

Agradeço muito aos meus amigos de roubado João Cassol, Israel "Leco)" Vinícios "Cotozinho"e Rafael "Miguelito" pela descoberta deste fantástico setor.

ps; desculpa não ter fotos, minha maquina pifou!

26.10.09

Extensão da "Galo das 4"

A via "Galo das 4" do setor Mirante de Canto Grande já foi considerada por muitos escaladores como uma via não muito bonita pelos seus pequenos regletes em uma rocha que extremamente abrasiva. Muitos escaladores deixavam de entrar apenas pela má reputação.

Conheci a via quando um dia fui com uns amigos que estavam começando a escalar, como setor de baixo quase não tem muitas vias de baixa graduação resolvemos ficar no mirante. Naquele dia estava procurando algo um pouco mais dificil pra sentir o meu nivel de escaada. Como já havia encadenado a via "Disciplina e água de coco" eu decidi provar a Galo das 4. Não demorei muito para perceber que de tudo que se fala dela era pura bobagem e que se tratava de uma das vias mais impressionante do setor.

A via começa una seqüencia de regletes retos e abauloados exigindo muito equilíbrio e técnica. Depois de passar por 3 costuras a via tem um bom descanso em baixo de um teto. Em seguida começa uma seção de regletes em uma placa negativa onde é exigido força, explosão e principalmente técnica onde a único descanso só vem depois da cadena.

A via é cotada em 9a, mas entrando com o escalador João Cassol descobrimos que a via não acabava por ali, depois de bater a suposta ultima chapa ainda tem um lance muito técnico de pinças de mão aberta e bauloadas tornando-se o crux da via.

Neste ultimo sábado, Junto com João e Daniel Casas resolvemos entramos na via para tentar encadenar a extensão, entretanto não tivemos muito sucesso e a via continua lá sem a cadena. Não se sabe ao certo porque a via termina antes deste útimo movimento, entretanto pode ser mais uma via de 9b ou até 9c no setor. Fica a dica para quem gosta de tentar fazer a primeira ascensão.

19.10.09

ACEM Solidária

Pelo quarto ano seguido a Associação Catarinense de Escalada e Montanhismo (ACEM) participa de forma solidária no dia da família realizado pela APAE de Florianópolis.

A ACEM, como nos anos anteriores, montou um muro de escalada para que todos aqueles que participaram do evento pudessem apreciar o esporte.

Parabéns aos escaladores Altair, Clarice, Marius (que cedeu o muro) e todos aqueles que participaram!

28.9.09

Escalada em Corupá

Neste ultimo fim de semana, embora a previsão de chuva, fui conhecer o setor de escalada que mais esta dando o que falar. De tudo que já li a respeito nada pôde descrever o que é escalar nas paredes de conglomerado de Corupá. Como já escreveu muitas vezes Daniel Casas no ecos da montanha, "escalada peculiar".

Saímos de madrugada de Florianópolis rumo a Corupá e encontramos no caminho muita chuva, mas nada que fizesse nos desanimar. A chuva insistia em cair até quando chegávamos próximo de Jaraguá do Sul, depois disso o tempo parecia melhorar e por incrível que pareça a chuva não caia no Braço esquerdo.

Conversamos com o dono do local, Seu Arlindo que nos avisou sobre avisa-lo antes de ir pois por sorte ele estava fazendo uma visita e nós encontramos a porteira aberta.

Depois da breve conversa nós fomos para o setor escalar, caminhamos por uma gigantesca trilha de 1 minuto (Sim! Pode acreditar, em 1 minuto de caminhada chega no setor). Embora não se caminha muito, o local é extremamente selvagem com diversos mosquitos hostis (boa dica é levar repelente).

Neste dia encontramos os escaladores de Jaraguá do Sul Paulo e Márcio no qual nos avisou de 3 vias novas. Eu tive o privilégio de ser o primeiro escalador a entrar na via depois de aberta e com muita dificuldade percebi que a via se tratava de um nono. Não sai a cadena mas fiquei muito feliz de poder tirar todos os lances da via.

No sábado a chuva não veio e escalamos até a hora que o corpo pedia descanso, foram 5 vias ao qual em nenhuma delas eu não sai com os braços "bombando".

À noite conhecemos dois escaladores de Curitiba, Poder e Fafá. Escaladores motivados que mesmo chovendo em Curitiba apareceram lá para tentarem seus projetos. Um deles estava tentando a via Seixo-no-ia e me permitiu dar um pega. Com certeza uma das vias mais bonitas que já escalei (ou tentei escalar). Um 9c de resistência muito atlética que me fez chegar nos últimos movimentos sem poder segurar os regletes finais para chegar na parada.

Depois disso, por volta das 14:30 a chuva veio mas não atrapalhou os planos dos curitibanos de continuarem tentando suas cadenas. Nós, que já estavamos bastante cansados, decidimos pegar a estrada de dia já que a chuva era realmente forte.

Agradeço os escaladores Leco e Rafael pela pareceria desta trip que vai ficar na memória.

22.9.09

Fim de semana de cadenas

Este ultimo fim de semana vai ficar marcado como o "Fim de semana de Cadena" para mim. A começar no sábado, depois de ter degustado algumas cervejas no Bar do Iega (lembrando os velhos tempos da faculdade) fui para a pedreira do Abraão com um único objetivo, encadenar a via "Maldição do Bom Abrigo".

A via não é uma das mais difíceis do local, mas com certeza é a que dá o maior frio na barriga uma vez que apresenta uma grampeação a "la Bito". Pra começar a via só tem 6 chapas nos seus 25 metros de altura. O segundo ponto importante é que se cair próximo da segunda chapeleta, que por sinal é a proteção mais difícil de bater já que quebrou a agarra de costurar e surgiu um crux, possivelmente chegará no chão depois de voar uns 9 metros. Nada motivador!

Passeia a manhã com uma desgraçada dor de cabeça mas por sorte um desses remédios que termina com il resolveu o problema. Fiquei com "foco no foco", pouco escalei até montar um top na via (Sim! Escalei em top primeiro, preferi uma cadena que uma perna quebrada). Depois de memorizar todos os movimentos e muito sangue nos olhos com tremedeira a via saiu. A importância para mim dessa via não era só pela cadena, mas por ser a única via que faltava para passar a regua no setor e talvez ser o primeiro escalar a encadenar todas as vias da pedreira (talvez fato histórico já que não se sabe de nenhum escalador que já fez tal feito, se tiver algum aí avise por favor!).

O fim de semana já estava ganho e já não pretendia mais nada. No domingo o João Cassol me convidou para ir no Gravatá tentar encadenar a via "Marisqueira", um 8c/9a escalado com corda de cima com poucas cadenas. Como a escalada neste setor é doida decidimos aquecer nuns boulder no setor da caverninha. Lá havia uma travessia de um 7b/c que ainda não tinha encadenado e mesmo estando um pouco molhado saiu. Fim de semana mais que ganho! Depois disso aproveitamos o belo dia se sol para curtir a praia, sentado nas pedras e viajando nuns blocos do lado decidimos então ir no foco, via Marisqueira.

Armamos o top no mais belo grampo que se pode encontrar num costão e começamos a tentar. Logo na primeira subida senti que a via estava muito forte para mim, pois se trata de uma via de aproximadamente uns 12 metros de negativo ao qual depois de tirar o pé do chão o único descanso é no cume. Sem muitas pretensões fui dar minha segunda tentativa e por incrivel que pareça os movimentos da via começaram a fluir e eu fui sentindo que o "portal" estava aberto e quando me dei conta já estava dominando o cume. Inacreditável, mais uma cadena ao qual senti que me superei além do imaginado. O João, que na tentativa anterior não encadenou por uma agarra quebrada logo em seguida cumpriu a missão. Felicidade a milhão!

Neste dia ainda encontramos o escalador Reginaldo de Joinville, que nos deu apoio para a cadena da Marisqueira, seguimos terminar o dia escalando alguns boulders do local (que são vários por sinal). Depois de entrar nuns boulders clássicos, decidimos entrar no tal "Infactivel". A história deste boulder começa quando um escalador local (local mesmos, só escalava no gravatá) desse um dia para uns escaladores de São Paulo que o dito era infactivel. Motivados pelo desafia de provar que era possivel os mesmos fizeram a cadena graduando em V10. No ultimo verão, eu e o João já haviamos entrado neste boulder num fim de tarde, talvez pelo cansaço do dia não evoluimos muito. Domingo então decidimos entrar nele, afinal já não tinhamos mais foco nenhum. Por incrível que pareça, com a força do além e o portal aberto, eu cansado do fim de semana de escalada, já na segunda tentativa encadeno o Infactível. Tem coisas que não se explica! O fato é que a cadena saiu e já não sabia mais onde colocar tanta felicidade. O João, não por menos, mandou o boulder logo na seqüencia.

Para dar o ponto final na história do fim de semana e o ponto final do primeiro capítulo do "Infactível" achamos que o talvez o boulder não se trata de V10. Comparando com alguns boulder ditos consagrados aqui na ilha, pode ser que no máximo seja um V8. Eu nunca encadenei nada além de V7 e olhando numa tabela na internet observei que V10 se trata de algo em torno de 10c, francamente não escalo isso tudo. Pensando bem V8 é algo em torno de 9c/10a, a Marisqueira que pode ser considerado um grande boulder, deu muito mais trabalho que o Infactivel sem contar que nós já tínhamos escalado muito. Se levar em consideração as comparações o boulder fica no máximo com V6 (9a) mas prefiro que outro escalador com mais bagagem diga qual é o grau mais provável.

Agradeço ao Gabriel, Rami, Camada, João, Reginaldo e Tomás pela parceria neste fim de semana inesquecível.













Boulder "Infactível".

16.9.09

Boulder na Praia do Santinho

Praia conhecida internacionalmente por receber grandes celebridades, o Santinho é também um ótimo local para a prática da escalada em boulder.

Caminhando no costão direito da praia, onde encotra-se o "controverso" resort Costão do Santinho, logo no começo já é possível observar alguns blocos para escalar. Caminhando um pouco mais, pela trilha concretada, logo abaixo dos monumentos encontra-se um setor com vários boulders de diferentes graus e distintas alturas.

Pouco se sabe sobre a escalada neste costão, mas o pouco que se sabe é o suficiente para saber que o local tem grande potencial para boulders de alta dificuldade.

A idéia de conhecer o costão surgiu do escalador Israel "Leco" que tempos atrás tinha comentado que passou por lá e viu vários blocos negativos. Neste ultimo fim de semana a chuva deu trégua no domingo à tarde, e eu que já estava no norte da ilha junto com os escaladores João e Andrea lancei a idéia de ir conhecer o setor. Convidamos mais alguns amigos que nos encontraram já no costão.

Apreciando a boa vista da trilha, pudemos observar que lá em baixo havia diversos blocos com grande potencial para boulder e uma parede de mais ou menos 10 metros que no momento até pensamos em abrir vias com corda. Descemos então com intenção de encontrar os blocos e antes mesmo de chegar nos locais avistados anteriormente, encontramos um setor de negativos de aproximadamente 4 metros de altura e uns 7 metros de comprimento. Lindos boulders foram escalados por ali.

Depois, seguindo a direção dos blocos já avistados, encontramos uma grande quantidade de possibilidades de boulders ao qual alguns com grande grau de exposição foram tentados. Alguns foram encadenados e outros viraram projeto, tendo as paredes que outrora pensamos em escalar com corda, foram abertas no mais belos estilo "highball" ao qual saíram três vias.

Neste fim de semana foram escalados 7 boulders e tentados mais três que viraram projeto, acredita-se que há muito mais para se conhecer neste costão até a praia do Moçambique, onde muitos boulders já foram abertos que serão descritos em outra hora.

Lista dos boulders escalados com sugestão dos graus:

1 - 5, travessia de 7m;
2 - 6, travessia de 5m;
3 - 6, 4m;
4 - 5sup, +-10m;
5 - 5sup, +-7m;
6 - 5, 6m;
7 - 8?, 6m;
8 - Projeto, 6m;
9 - Projeto, 6m;
10 - Projeto, 7m;

Quem puder dar mais informações sobre este local serão bem vindos.






8.9.09

Escalada em Canto Grande

Depois de uma semana de viagem a trabalho e um feriado de abrir os dedos venho postar aqui no Blog.

De longe vinha acompanhando o tempo pra saber como seria o feriado e tudo indicava tempo bom. Foi então que junto com João e Cotozinho decidimos ir para Canto Grande e encontrar com o escalador Daniel.

Para quem não conhece o local, Canto Grande sem dúvidas é um dos locais mais bonito do estado e com dois setores de escalada de tirar o folego, ou melhor, de tirar a pele. Conhecido por ser uma escalada em cristais, apresenta diversas paredes levamente negativa e muitos regletes tornando ao mesmo tempo uma escalada tecnica, de resistencias e de muita pressão. Sem dúvida é um dos locais mais difíceis de escalar do estado, não só pelo estilo de escalada mas também por não permitir que se faça mais de 4 pegas numa mesma via em um único dia.

Neste feriado decidimos entrar na via "Café com swing" que estava cotada em 10a (até onde se sabe só há uma cadena da via). No meio do crux havia um reglete de 1/4 de falange que foi chingado algumas vezes por nós. E não é que o maldito cujo, não por menos, quebrou na minha mão. Vale a máxima "Nada é tão ruim que não possa piorar", fiquei por algumas horas lamentando pela falta do reglete.

Depois de algumas tentativas o movimento saiu mas com uma dificuldade maior podendo até subir uma letra da graduação.

Com os dedos já reclamando, eu fui gastar minhas ultimas "fatias" de pele em um projeto chamado "Severina". Os movimentos sairam com mais facilidade que a via anterior mas infelizmente já não havia mais pele nos dedos para tentar a cadena, sem contar a chuva que veio no fim da tarde. Pela pequena experiencia na via já deu pra notar que se tratata de um nono grau.

No outro dia os dedos ainda não estavam recuperados e a saida foi escalar via mais tranquilas e que não tenha tantos regletes. Então a saida foi escalar as fissuras (sim canto grande conta com algumas vias em fissura), uma das escolhidas foi a via "Que se Fenda" cotada em 9c de fenda (essa não é tão tranquila assim). Embora um pouco duvidoso sobre tal grau (9c de fissura é 5.13b no grau estadosunidense que vemos escaladores especialistas como Tommy Caldwell passar mal) a via realmente muito dificil, e pelo que vimos, a via tambem tem reglete e os pés são ruins. Final da história, sem cadena, sem pele e muito feliz por um feriado de abrir os dedos de tanto escalar.

Embora o relato "modesto" acima, canto grande conta com mais de 40 vias com graus de 4 a 10 grau podendo escalar o ano todo. Para aqueles que gostam de praia mais deserta e não quer abrir mão de uma ótima escalada o local sem dúvida é uma boa pedida.


ESCABLUES - I Encontro de escalada na Pedra do Urubu em Vila Maria, RS

O primeiro encontro de escalada em rocha no Morro do Urubú será realizados nos dias 10, 11 e 12 de outubro de 2009.

Esta falésia de basalto, ainda pouco conhecida no estado do Rio Grande do Sul, conta atualmente com 13 vias grampeadas, 8 vias em móvel e 2 vias de proteção mistas. Estas vias estão divididas entre esportivas e tradicionais; equipadas, mistas e em equipamentos móveis 100%; desde boulder até 2 enfiadas. Mais vias estão sendo abertas para o encontro, novas paredes sendo conquistadas e boulders sendo preparados.

Vai rolar muita escalada, palestras, jantas de confraternização, festa e sorteio de brindes.

Então? A fim de participar? Só se inscrever a partir de setembro de 2009 via site.

www.escablues.com.br

24.8.09

Resultado do encontro na Pedreira

Neste ultimo sábado muita gente compareceu ao encontro da pedreira, onde aconteceu a reunião da Femesc pela manha e em seguida muita escalada e "sangue no olho".

Pelo menos 80 pessoas passaram pelo local, sendo escaladores ou não. O dia estava perfeito, fazendo aquele friozinho gostoso e o sol aparecendo para esquentar. Muita gente do estado estava presente, com destaque ao pessoal de Tubarão e Laguna que subiu em peso. Também estiveram presentes escaladores de Joinvlle, Balneário Camboriú, Campo Alegre, Paraná além de muita gente da região.

O dia foi muito agradável para a escalada e para conhecer novos amigos e rever alguns de longas datas. Já para quem estava escalando pode "aproveitar" um pouco a adrenalina que o pedreira proporciona com seus movimentos de equilíbrio com muitos regletes (não podendo faltar as proteções abaixo do pé). O que não faltou foi força de vontade e muitas quedas.

Revivendo um pouco o que um dia se pode fazer, o pessoal escalou até quando chegou a noite podendo sentir a falta que aqueles holofortes fazem.

Mas é isso aí, com muita luta e força de vontade a pedreira vai ser com antes e porque não ainda melhor. Este encontro deu pra perceber que a comunidade escaladora e os morados estão dispostos a lutar e fazer algo pelo parque e para toda comunidade.

Deixo um grande abraço a todos e parabéns para os que estiveram presente neste evento.

20.8.09

Encontro na Pedreira Sábado 22/08

Embora ótimas noticias de que o parque continuará com livre acesso (pelo menos por enquanto), nesta sábado (22/08) terá o encontro da comunidade escaladora de boa parte do estado para discutir o futuro da Pedreira. Também esta previsto acontecer a reunião da Federação Catarinense de Escalada e Montanhismo (FEMESC) pela tarde.

Segundo as previsões meteorológicas, o tempo tende a melhorar tornando o fim de semana agradável na região de Florianópolis o que dará condições para escalar e rever amigos além de conhecer novas pessoas. Pelo que andam falando por aí, parece que tem uma van vindo do litoral sul.

Que sejam bem vidos a todos!

Data e Local:
Dia 22 de agosto de 2009, com início previsto para as 09h30min.
Na sede da ACEM, Rua Mário Cândido da Silva - Parque Aventura Maria
Inês Tournier Rodrigues - Bairro Abraão - Florianópolis - SC - 88085-475.

19.8.09

Pedreira no programa Patrola na RBS TV

Neste ultimo sábado o programa Patrola com a apresentadora Tatá apresentou como anda o estado da pedreira do Abraão. É importante lembrar que o programa foi gravado antes das afirmação do governador de desistir da ideia do Bope controlar o Parque.
Embora vitória da comunidade escaladora e da população local em relação a entrada controlada do parque, muita coisa ainda deve ser feito para que o parque sejá o ideal para todos, tais como a reforma da sede da ACEM, reforma no portão de entrada, iluminação e principalmente segurança.

Segue o link do programa na integra.


http://mediacenter. clicrbs.com. br/templates/ player.aspx? uf=1&contentID= 72429&channel= 47

12.8.09

Informes da ACEM

"Prezados Associados e Simpatizantes da ACEM e da ESCALADA

Convidamos a todos para uma REUNIÃO e PROJEÇÃO DE SLIDES:
Data: Domingo, 16 de agosto;
Horário: 18 as 21 horas
Local: Sala de projeção do Instituto Federal de Santa Catarina, Av. Mauro Ramos, Florianópolis.

Pontos a serem discutidos:
- Últimas notícias sobre a Pedreira e definições ações da ACEM para manter a PEDREIRA DO ABRAÃO como Parque Público;
- Preparação do evento na Pedreira no dia 22 de agosto junto com a FEMESC e demais associações de escalada;
- Apresentação da documentação da ACEM e solicitação de utilizade pública;
- Participação da ACEM em atividade da APAE;
- Situação financeira dos Associados e da ACEM.

Contamos com a participação de todos na divulgação deste evento neste momento importante para a ACEM, a qual necessita, mais do que nunca, do envolvimento dos escaladores e simparizantes da escalada."

EC.


ACEM - Associação Catarinense de Escalada e Montanhismo
E-Mail: info@acem.org.br
WEB: http://www.acem.org.br

11.8.09

Estudo da USP liga medo de altura ao desequilíbrio

Você é daqueles que morre de medo de altura e isso te faz escalar menos? Seus problemas podem acabar. É o que segere um estudo feito na USP. Sengundo o estudo, pessoas que tem uma postura ruim tende a ter mais medo de altura.

Fazendo um grosso comparativo com a escalada, podemos perceber que o nosso medo vai aumentando no decorrer da escalada quando aquele pézinho esta escorregando ou aquela agarra que vimos de baixo é menor que imaginávamos. Esta "postura" ruim na parede aumenta o medo e consequentemente diminui a escalada, aquele sexto começa parecer um sétimo e conforme a postura vai piorando a sexto pode virar até decimo.

Para resolver os problema, nada melhor que manter a calma e procuram um pé melhor, uma agarra maior e principalmente uma postura mais adequada ao movimento.

Para aqueles que naturalmente tem medo de altura, talvez um tratamento da postura pode melhorar. Para os que naturalmente não o tem e começa a "desenvolver" no meio de uma via, só a experiencia e o tempo de escalada pode ajudar.

Segue a materia publicada hoje na http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u608047.shtml .

"A fobia de altura pode não ter só fundo emocional: um novo estudo sugere que as pessoas com esse medo, chamado acrofobia, também têm alterações no equilíbrio postural.

A pesquisa, feita na USP (Universidade de São Paulo), acompanhou 70 professores, alunos e funcionários da instituição: 31 deles tinham acrofobia. Como a oscilação é difícil de ser percebida, foi medida em uma posturografia, exame em uma plataforma móvel que segue o balanço das pessoas.

O corpo humano oscila naturalmente -a oscilação só é prejudicial quando é maior e gera desequilíbrio. Enquanto o centro de massa das pessoas sem acrofobia oscilou, em média, dois centímetros quadrados, a oscilação foi de cinco centímetros quadrados no grupo com o medo. "O acrofóbico tem a impressão de que vai cair, o que gera muita ansiedade", diz a fisioterapeuta Catarina Boffino, autora do estudo.

Atualmente, a acrofobia é classificada dentro dos transtornos de ansiedade. Mas um estudo anterior já havia notado que, diferentemente do que acontece com outras fobias do mesmo tipo, o medo de altura raramente está relacionado a um evento traumático. "A maior parte dos acrofóbicos nunca caiu do telhado ou da escada, por exemplo. Não é por isso que eles têm medo."

São usadas três informações para manter o equilíbrio: a visão, um sistema que envolve o tato e a propriocepção (sensação do próprio corpo) e o sistema vestibular. No teste, cada elemento foi isolado, e notou-se que o problema dos acrofóbicos era no sistema vestibular. Não se sabe a causa.

Segundo Boffino, o acrofóbico não nota o problema no sistema vestibular porque o compensa com outros elementos, como a visão. Numa situação de altura, porém, fica mais difícil fazer essa compensação ocular.

Para a fisioterapeuta, a pesquisa mostra a necessidade de aliar a psicoterapia a exercícios de reabilitação vestibular, que diminuem a oscilação postural. "Tratar apenas o lado emocional não gera melhora física."

Pouca gente procura o médico por ter acrofobia. "Muitas pessoas tratam como algo corriqueiro, mas pode interferir muito na qualidade de vida." "

10.8.09

Novo setor de Escalada em Florianópolis


Florianópolis aos poucos vai ganhando um novo setor de escalada. Recentemente junto com João Cassol, Vinícius (Cotozinho), Francisco Brasil (Sem Noção) saímos num sábado de chuva para conhecer melhor a pedreira de Ratones, conhecida pelos moradores do bairro de pedreira do Joaquim.

Neste dia, debaixo de muita chuva, abrimos uma trilha até o centro da pedreira onde encontramos um grande banhado. Com muita dificuldades em atravessar começamos a contornar toda a base das paredes e começamos e ver diversas linhas que aparentemente poderia ser um local com grande potencial.

Passado alguns dias o João e o Sem Noção voltaram ao local e abriram duas vias, um 6 aberto de baixo e um projeto que pode estar cotado em decimo grau.

Neste ultimo sabado, eu, o João e o Camada voltamos à pedreira para abrir novas vias. Começamos a escalar o sexto e em seguida montamos um Top um pouco a esquerda onde conseguimos aproveitar para abrir mais duas vias. Depois de abertas, o João colocou outro Top um pouco mais a esquerda e assim saiu mais uma bela via cotada em 7b. Infelizmente a bloca quebrou e não tinhamos outra, assim somente foi grampeada duas vias.

No meio da tarde tivemos a presença do Altair e Clarice, que puderam conhecer o setor e provar algumas das vias já grampeadas.

O processo de abertura de vias nesta pedreira é um pouco lento, pois a parede está bastante suja com muito mato nos platôs e muitas vezes há diversos blocos soltos que facilmente são retirados sobrando rocha de ótima qualidade com linhas muito interessantes.

O local ainda esta se desenvolvendo, ainda há muitas linhas para se abrir e com certeza vai ser um belo local para a escalada. Acredita-se que este setor pode completar o leque de escalada de Florianópolis com muitas escaladas de quitno e sexto grau, já que estes graus são pouco encontrados por aqui.

As listas das Vias que ja foram abertas são:

Café com Leite, 5sup - Top Rope, 15m;
(primeira via do setor), 6 - 7 chapas, 15m;
Irish Coffe, 7a - 6 chapas, 15m;
Tapa na Moça, 7b? - Top Rope, 15m;
"Aresta", projeto (10?) - Chapas, 22m







































Altair provando 7a.




















Elton marcando os locais das chapas.




















João limpando a via.

8.8.09

A Pedreira é nossa!

Boas Noticias para os escaladores de Florianópolis e região. Segundo coluna de Roberto Azevedo do jornal diário catarinense o Bope não irá se instalar na Pedreira do abraão.

"Temos que soltar foguete" mas ainda falta muito para que a pedreira seja aquilo que almejamos. Reformas na sede da Acem, segurança e conserto de toda a instalação eletrica (iluminação para escalar a noite) ainda precisam ser providenciados.

Segue abaixo a nota de Roberto Azevedo.


"Bope divide irmãos

O governador Luiz Henrique visitou o prefeito Djalma Berger (PSB) e bateu o martelo, no final da tarde de ontem: a sede do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), atualmente instalado no Distrito de Barreiros, não vai ser transferido para Florianópolis. Se montanhistas de várias associações, que vão fazer um protesto pela manutenção do acesso livre ao Parque Aventura, no Bairro Abraão, em Florianópolis, devem jogar foguetes com o anúncio, de cara virada ficará a administração do irmão de Djalma, pois Dário Berger deu o sinal verde para que o Bope ocupasse a área.

O caso pode estabelecer uma rusga familiar. Os pedidos para que o Bope viesse para a Capital teriam sido feitos por segmentos da própria PM. Agora, foram fulminados por Luiz Henrique.

A visita do governador a Djalma foi protocolar, no gabinete do prefeito. A primeira desde que o ex-deputado federal tomou posse. Em uma dessas coincidências, foi a 40ª visita do governador ao município. Djalma não perdeu a oportunidade de lembrar que 40 é o número do PSB, partido que preside no Estado."

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2610527.xml&template=3916.dwt&edition=12881&section=134

6.8.09

SOS Pedreira


O que já foi considerado uma das melhores estrutura de escalada em rocha do país esta prestes a se tornar um "quartel". É que a prefeitura de Florianópolis decidiu conceder toda a área do Parque Aventura Maria Inês Tournier Rodrigues para o Batalhão de Operações Policiais Especiais.

O parque municipal, que foi Inaugurado em 2004 pela então prefeita Angela Amin, ficou abandonado depois que assumiu o Prefeito Dário Berguer no qual em seu primeiro mandato retirou os vigias e deixou com que a estrutura física ficasse a mercê do vandalismo. Além disso, serviços de manutenção também não foram realizados fazendo com que o mato tomasse conta de tudo, principalmente da area reservada para a pratica da escalada.

Com o tempo o vandalismo foi tomando conta, primeiro foi a retirada das fiações, depois a depredação da sede da ACEM seguido da destruição de todos os postes de iluminação. Além disso, segundo moradores da região, o parque era porta de entrada de criminosos que praticavam furtos na residencias do bairro e por isso os proprios moradores trancaram os portões como tentativa de impedir mais furtos.

O tempo foi passando, alguns projetos de ong´s foram apresentados para utilização do parque e nada aconteceu. A unica coisa que não mudava eram os escaladores que com muita coragem e força de vontade contuavam frequentado o parque e em algumas ocasiões se deparando com criminos perdendo seus pertences.

O parque é uma área municipal pública que a prefeitura esta concedenco ao estado, que segundo o Bope o acesso será controlado de acordo que seus proprios criterios, ou seja, o Bope vai quem vai permitir quem entra e quem sai a hora que bem entender.
Para que isso não aconteça, a ACEM junto a associação dos moradores do bairro e os cidadãos Florianapolitanos, estão fazendo um abaixo assinado e pedindo para a prefeitura realizar uma audiencia pública.

Segue o Convite para o encontro na pedreira dia 22 de agosto.

"Prezados Escaladores e simpatizantes,

A ACEM (Associação Catarinense de Escalada e Montanhismo), junto com a
FEMESC (Federação de Montanhismo e Escalada de Santa Catariana) e suas
filiadas, com o apoio da CBME (Confederação Brasileira de Montanhismo
e Escalada) convida a todos para um encontro pela manutenção do acesso
livre ao Parque Aventura, sábado dia 22/08/2009 as 09h30min.

A comunidade se manifesta para exigir da Prefeitura Municipal de
Florianópolis, a manutenção do Parque Aventuras Maria Inês Tournier
Rodrigues como área pública, um patrimônio que a população da Cidade e
principalmente do Continente não pode utilizar, porque a Prefeitura
nunca colocou a segurança necessária, deixando o Parque em situação de
risco e total abandono, sendo totalmente depredado. O Centro de
Treinamento do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia
Militar de Santa Catarina é bem vindo desde que a área construída do
Parque, seja mantida com acesso irrestrito para o uso público e que a
participação do BOPE venha a somar para o bem estar da população do
Continente."



Data e Local:
Dia 22 de agosto de 2009, com início previsto para as 09h30min.
Na sede da ACEM, Rua Mário Cândido da Silva - Parque Aventura Maria
Inês Tournier Rodrigues - Bairro Abraão - Florianópolis - SC -
88085-475.

Atenciosamente,


Altair José da Silva
Coordenador do Conselho Executivo da ACEM
Fone: 48 32414560/96254560
Email: info@acem.org.br

4.8.09

Bibliografia de Escalada

Olá pessoal!
Fiquei alguns dias sem postar nada e muito ocupado. Finalizando projetos, trabalho, trabalho e muita chuva...
Um pouco mais tranquilo, começo a navegar na internet e encontro no blog de Escalada ótimas dicas de livros para quem esta começando a escalar e para quem quer relebrar algumas coisa.
A postagem dá dicas de livros como o clássico "Com unhas e dentes" e "Freedom of the hill", além disso o blog da dicas de publicações mais recentes.
Vale conferir!

http://blogdescalada.blogspot.com/2009/08/nao-pode-faltar-todo-escalador.html

22.7.09

Boulder e escalada na Pinheira e Guarda do Embaú.


"Segura Negão" arquivo de João Cassol.

A praia da Pinheira e a praia da Guarda do Embaú são muito famosas pelo grande potencial para a prática do surf. Desde pequeno conheci todos os lugares dessa região, muitas vezes atrás de ondas e boas condições para surfar ou (em dias flat) apenas locais para tomar banhos de mar longe da típica crowd que impregna o local durante a alta temporada.

Desde que comecei a escalar passei a conhecer a região com outros olhos, olhos de um escalador viciado em pedras que enxerga inúmeras possibilidades de escalada em qualquer bloco de pedra com mais de 2-3 metros. Descobrimos (ou já eram conhecidos?) inúmeros setores de escalada em blocos e até setores com vias de 15 metros já abertas de alta qualidade.

Os setores das vias, um localizado no costão da Guarda do Embaú e outro perto da praia do Maço, abrigam mais de 10-15 vias em móvel. Em todas as vias foram colocados grampos “P” nas paradas (ainda não conhecemos os responsáveis pelas vias), mas como em todos os costões, as proteções que não são inox acabam se deteriorando rapidamente. Não se acanhem! É possivel montar as paradas equalizando equipamentos móveis e posteriormente retirar-las por cima. Vale a pena conhecer as vias!

Os setores de boulder são maioria no local, onde os highballs são as atrações principais! A quantidade de boulder de alta qualiadade é tão grande que sempre que vamos lá repetimos muito poucos dos que já tinham sido abertos, gastanto energia apenas em velhos projetos ou novas ascenções. O legal do lugar que além de fazer boulder, voce estará seguramente fazendo cume! É interessante levar a maior quantidade de crashpad que você conseguir!

A parte das escaladas o lugar é muito bonito, com direito a uma mini prainha com barzinho e camping, os dias de descanso nunca são jogados fora!

Banho de mar, visual, escalada e surf? Alguem precisa de algo mais?

Por João Cassol

Fotos : Jonas Carceres

20.7.09

Lugar certo na hora certa

Quem nunca esteve uma vez na vida no lugar certo na hora certa? Um episódio como este aconteceu comigo neste fim de semana.

Fazia tempo que vinha prometendo para minha namorada de leva-la para conhecer a Pedra Branca, divisa de São José com Palhoça. Assim, aproveitei o bom tempo do fim de semana para fazer a caminhada até cume e aproveitei para convidar uns amigos da Faculdade.

Logo no começo da caminhada tive a primeira surpresa do dia, o inicio da trilha estava começando a ser recuperada naturalmente devido a proibição de entrada de veículos motorizados na antiga estrada, que sofre grandes problemas de erosão e em alguns lugares os sulcos já viraram voçoroca. Embora tenham colocado duas, isso mesmo, duas cercas com placas de proibido passar veículos, encontramos marcas de pneus de moto na trilha ao qual me trouxe a segunda surpresa. Possivelmente as motos entraram por um outro caminho alternativo já que não havia marcas de pneus no caminho obrigatório da imposta pela cerca.

A subida foi relativamente tranquila, uma vez que não carregava nada além de uma blusa e minha maquina fotográfica. Pude perceber que não havia muito lixo no caminho, pode ser que as chuvas da semana tenham levado para dentro da vegetação longe de nossas vistas ou que algumas pessoas tenham feito algum mutirão de limpeza.

Faltando uns 100 m para chegar no cume, percebemos que havia um grande numero de pessoas lá e ficamos um pouco apreensivos, pois comecei a lembrar de uma vez que estava escalando a via Ferrovia e tivemos que sair corrido da via porque as pessoas lá de cima estavam jogando pedra para baixo. Naquela mesma ocasião fomos pela trilha até o cume e encontramos uns "moleques" jogando pedra para baixo e quando pensamos e pedir para parar vimos que estavam embriagados.

Continuamos andando e fomos chegando no cume de mancinho para ver que tipo de pessoas eram.

Fomos aproximando e percebemos que haviam só homens mas não aparentavam pessoas que poderiam causar problemas para nós, na verdade foi o contrário, nos comprimentaram e foram educados.

Ficamos observando a ilha de Santa Catarina, embora não estava das melhores dias de visibilidade. Comecei a observar o que os rapazes estavam fazendo e vi que estavam laçando uma rocha para armar um rapel. No começo não dei muita bola pois pareciam ser militares pelas roupas camufladas de alguns. A primeira coisa que pensei foi que eles sabiam o que estavam fazendo, já que rapel é uma tecnica usada pelas forças armadas.

Foi chegando mais perto que percebi na mau de um deles um aparelho de aço que só havia visto uma vez na casa de um amigo que trabalhava com antenas de empresas de celular e naquele dia ele me disse que usava para subir em cabo de aço, similar aos ascensores de corda mas para serem utilizados em cabos. Achei estranho e comecei a reparar no que aquelas pessoas estavam fazendo e vi que estava tudo errado. Estavam utilizando uma corda que eu não teria nem coragem de prender um gato, com comprimento de aproximadamente 15 m sem nó na ponta e numa parede que tinha no mínimo 30 m. O freio era de aço, do tipo que nunca vi mas suspeitei ser destinado a usar em cabo de aço e abaixo do freio o único equipamento para montanhismo foi um mosquetão que também parecia ser de aço. Ah, a cadeirina era de corda e feito de uma forma que eu também nunca tinha visto e por isso não posso julgar.

Quando cheguei mais perto percebi que o "rapel" já estava armado que eles estavam em duvida se iriam porque "parecia" que a corda não chegava no chão. Para testar se eles sabiam o que estavam fazendo, embora tinha certeza que eles não sabiam, eu fiz uma sugestão de eles derem um nó na ponta. Todos olharam para mim com uma cara se surpresa e pude "ver" cada um deles pensando algo do tipo "Isso é óbvio, por que não pensei nisto antes?", com isso percebi que ganhei a confiança deles e me apresentei como montanhista e tentei falar de uma forma sutil a besteira que eles estavam fazendo.

Final da história, eles receberam minha "critica" com uma umildade incrível e ainda me agradeceram por eu ter "salvado" a vida de algum deles. Me lembro de até ter escutado algo do tipo "foi Jeová que trouxe ele aqui". Não sei quem me levou lá mas sei que estava na hora certa e no momento certo, se tivesse chegado um minuto mais tarde poderia ser que estaria contando uma outra história aqui.

14.7.09

Boulder nos Ingleses

Depois de um looooongo sábado chuvoso, acordo domingo as 8 horas da manha e aquele frio que não da vontade de sair da cama. Penso duas vezes antes de levantar por duas grande rasões, estava frio e já esperava aquele dia cinzento naquele chove e não molha.

Com muito esforço saio da cama abro a cortina e vejo a janela toda embaçada, por trás um vulto azul no céu. Abro a janela e vejo o chão seco, Uhu! O animo já muda, o frio nem é tanto assim e não sei mais o que é sono. Saio do meu quarto e já vou direto na porta do Camada:

-ACORDA AE PREYBOY!
- Ta louco? O que foi?
- Sol iiiirado!
Peguei o telefone e liguei pro Gabriel (Poney) e ele me pergunta para onde vamos, eu só digo pra ele acordar e tomar café que depois eu pensava nisso. No meio do café fico em dúvida para onde ir, a vontade grande é de ir pro Saquinho mas não tinha carro, a saida foi ir para os Ingleses pois tem ônibus direto e fazia tempo que não ia para lá.

Pegamos o latão e todo mundo olhando os "Bob esponja" encomodando no onibus. Chegamos na praia e caminhamos pro costão esquerdo onde já vou mostrando os boulders para a rapazeada até que paramos no boulder macaquinho, V0 bem legal para aquecer. Em seguida fomos para o boulder Cachuerinha, V1 ao qual o Camada mandou a vista e o Poney encadenou no segundo pega. No mesmo local eu entro no Cascata, V5 de travessia por baixo de um teto que é dominando no final contabilizando 12 movimentos.

Caminhamos um pouco adiante até o setor descoberto por Adriano Bueno. Este setor contem diversos boulders de grau mais baixo porém a maioria deles é bem exposto e muitas vezes nem há possibilidade de utilizar Crash Pad. Escalmos um boulder e logo voltamos um pouco para o setor da fissura no teto.

Alí encontra-se 6 boulders incríveis, tendo dois V3, um V4, um V7 conhecido como Boulder do Guile, um V5 conhecido como fissura do teto (ao qual dá o "nome" do setor, tendo um movimento que obrigatóriamente deve-se entalar a mão no teto quase que em "montê") e um projeto que pode estar cotato em V10 tentado pela primeira vez por Tiago Balen. Alguns metros mais a frente há um boulder de teto onde se entala mãos e pés, o que se sabe desta linha que apenas o escalador Marius Bagnati encadenou.

Demos uns pegas no projeto do Balen porém pouco se evoluiu e logo desistemos. Então fomos para os V3 ao qual tivemos uma pouco mais de sucesso. Ainda sim, um pouco cansada consegui repetir o Boulder do Guile. O dia foi acabando com os braços cansados e alguns arranhões nos braços.

A praia dos Ingleses apresenta uma variedade de boulder de diferentes graus e de fácil acesso, tendo como grande destaque os boulders de teto, alguns tetos de "agarrão" ideal para quem esta começando a escalar e quer sentir o prazer de pendurar num teto sem se preocupar com a queda por ser bem protejidos. Contudo há alguns boulders que são necessãrio a presença de mais de uma pessoa na segurança e dois crash pads.

Valeu Camada e Poney pela amizade e parceria





























Cascata, V5
















































Boulder do Guile, V7

Será o primeiro 11a de SC?

É com muita alegria que venho divulgar a notícia do possivel primeiro 11a (8c Frances) de SC. Visitando o blog www.ecosdamontanha.blogspot.com , o Daniel Casas relata que o portugues José de Abreu "que tem em seu currículo alguns 8c francês e vários 8a francês a vista", diz ser um possivel 11a. Já no blog blogdescalada.blogspot.com diz que há a espectativa de ser o quarto 11a do país embora ainda necessita ser confirmado tal grau para algumas vias.

Em breve João cassol que esteve em Corupá no ultimo fim de semana vai nos trazer mais detalhes.
Parabéns SC e todos aqueles que estão contribuindo para a evolução da escalada.

12.7.09

The first ascent

Sexta feira, 3 semanas sem escalar e já recuperado de uma lesão no dedo, viro para o meu colega de trabalho no fim do expediente e digo: “nunca fiquei tão feliz por chegar o fim de semana”.

Sábado 8 horas da manha e a chuva não parou. Nada que me desmotivou, a aposta é de chuva de manhã e sol com vento a tarde, perfeito para fazer boulder em alguma costão. Nada! Chuva o dia todo e fico em casa assistindo filme de escalada. A escolha foi o tal “The First Ascent” pela décima quinta vez ou mais, e foi no meio do filme que comecei a lembrar meu primeiro first ascent (FA). Afinal, o que é o tal FA?

O que muito escalador nunca parou pra pensar é que não é simplesmente a primeira ascensão de uma via, o FA é muito mais que isso. É a superação, a emoção, a tão desejada primeira. É aquela que nunca vamos esquecer e muitas vezes fica na história para sempre, mais ou menos como a primeira (o) namorada (o), a primeira paixão. Poder ser o primeiro a escalar uma via é a glória que só o escalador sente e não precisa de ninguém para ovacionar, uma sensação de conquista, adrenalina a milhão e a felicidade maior que aquela de quando se ganha a primeira bicicleta.

O meu primeiro FA, talvez não o primeiro, mas foi o primeiro FA de grande importância para escalada, uma via aberta por um “escaladorzinho” que em 2002 fez uma breve passagem na região de Londrina e deixou sua marca. Este “escaladorzinho”, com uma perna dura, era nada mais nada menos que o grande maestro Bito Meyer. A via se chama Campo Liso e fica na pedreira de Londrina ao qual é palco de um dos maiores eventos de escalada do país (já esta na décima edição), alias, foi um desses encontros que trouxe o lendário escalador para a região.

A via ficou lá por muito tempo e muitos já tinham desistido de tentar encadenar alegando que era uma via impossível e que não havia agarras, era tudo liso... Naquele mesmo ano, um pouco antes de vir pra Floripa fiz algumas tentativas e não passei do crux, estava além da minha escalada. Contudo, uma ou duas vezes por ano eu voltava para região e fazia algumas tentativas sem sucesso, até que no quarto ano (seguido) eu prometi que não sairia de lá sem a cadena.

Foi um dia inteiro tentando, talvez 7 ou 8 pegas, alguns diziam para eu desistir porque já estava cansado, mal chegava no crux. Foi aí que eu descansei bem e antes de entrar na via, de frente pra rocha, fechei os olhos e mentalizei todos os movimentos e fui. Comecei perfeito, todos os movimentos minuciosamente calculados até o crux, não tinha dado nenhum pega tão perfeito quanto aquele. Antes de entrar no crux fechei os olhos novamente e me imaginei mandando. Ultima passada de maguinésio, determinado fui e mandei o lance.

A via não acabava por ali, ainda tinha mais um lance de reglete e depois dominar um teto, as mãos abrindo e eu tentando respirar mas a única coisa que conseguia era alguns suspiros parecido com aqueles carros com turbo, foi então que saiu um grito de força e o teto estava dominado. Os braços tremiam, o coração parecia que ia sair pela boca e mal conseguia costurar a parada, confesso que meus olhos se encheram de lágrimas por um instante. Não sei porque mas me lembro que veio a cabeça a musica do metálica "The Unforgiven", sei lá, as vezes a adrenalina faz isso com a gente.

Aquela via não foi só a minha conquista, foi além disso. Campo Liso se tornou a via mais difícil encadenada da região até então, sendo o primeiro 8c do norte do estado e eu tive a sorte de ela esperar eu evoluir para ser o primeiro a ascender.


Pedreira de Londrina 2005.