Este ultimo fim de semana vai ficar marcado como o "Fim de semana de Cadena" para mim. A começar no sábado, depois de ter degustado algumas cervejas no Bar do Iega (lembrando os velhos tempos da faculdade) fui para a pedreira do Abraão com um único objetivo, encadenar a via "Maldição do Bom Abrigo".
A via não é uma das mais difíceis do local, mas com certeza é a que dá o maior frio na barriga uma vez que apresenta uma grampeação a "la Bito". Pra começar a via só tem 6 chapas nos seus 25 metros de altura. O segundo ponto importante é que se cair próximo da segunda chapeleta, que por sinal é a proteção mais difícil de bater já que quebrou a agarra de costurar e surgiu um crux, possivelmente chegará no chão depois de voar uns 9 metros. Nada motivador!
Passeia a manhã com uma desgraçada dor de cabeça mas por sorte um desses remédios que termina com il resolveu o problema. Fiquei com "foco no foco", pouco escalei até montar um top na via (Sim! Escalei em top primeiro, preferi uma cadena que uma perna quebrada). Depois de memorizar todos os movimentos e muito sangue nos olhos com tremedeira a via saiu. A importância para mim dessa via não era só pela cadena, mas por ser a única via que faltava para passar a regua no setor e talvez ser o primeiro escalar a encadenar todas as vias da pedreira (talvez fato histórico já que não se sabe de nenhum escalador que já fez tal feito, se tiver algum aí avise por favor!).
O fim de semana já estava ganho e já não pretendia mais nada. No domingo o João Cassol me convidou para ir no Gravatá tentar encadenar a via "Marisqueira", um 8c/9a escalado com corda de cima com poucas cadenas. Como a escalada neste setor é doida decidimos aquecer nuns boulder no setor da caverninha. Lá havia uma travessia de um 7b/c que ainda não tinha encadenado e mesmo estando um pouco molhado saiu. Fim de semana mais que ganho! Depois disso aproveitamos o belo dia se sol para curtir a praia, sentado nas pedras e viajando nuns blocos do lado decidimos então ir no foco, via Marisqueira.
Armamos o top no mais belo grampo que se pode encontrar num costão e começamos a tentar. Logo na primeira subida senti que a via estava muito forte para mim, pois se trata de uma via de aproximadamente uns 12 metros de negativo ao qual depois de tirar o pé do chão o único descanso é no cume. Sem muitas pretensões fui dar minha segunda tentativa e por incrivel que pareça os movimentos da via começaram a fluir e eu fui sentindo que o "portal" estava aberto e quando me dei conta já estava dominando o cume. Inacreditável, mais uma cadena ao qual senti que me superei além do imaginado. O João, que na tentativa anterior não encadenou por uma agarra quebrada logo em seguida cumpriu a missão. Felicidade a milhão!
Neste dia ainda encontramos o escalador Reginaldo de Joinville, que nos deu apoio para a cadena da Marisqueira, seguimos terminar o dia escalando alguns boulders do local (que são vários por sinal). Depois de entrar nuns boulders clássicos, decidimos entrar no tal "Infactivel". A história deste boulder começa quando um escalador local (local mesmos, só escalava no gravatá) desse um dia para uns escaladores de São Paulo que o dito era infactivel. Motivados pelo desafia de provar que era possivel os mesmos fizeram a cadena graduando em V10. No ultimo verão, eu e o João já haviamos entrado neste boulder num fim de tarde, talvez pelo cansaço do dia não evoluimos muito. Domingo então decidimos entrar nele, afinal já não tinhamos mais foco nenhum. Por incrível que pareça, com a força do além e o portal aberto, eu cansado do fim de semana de escalada, já na segunda tentativa encadeno o Infactível. Tem coisas que não se explica! O fato é que a cadena saiu e já não sabia mais onde colocar tanta felicidade. O João, não por menos, mandou o boulder logo na seqüencia.
Para dar o ponto final na história do fim de semana e o ponto final do primeiro capítulo do "Infactível" achamos que o talvez o boulder não se trata de V10. Comparando com alguns boulder ditos consagrados aqui na ilha, pode ser que no máximo seja um V8. Eu nunca encadenei nada além de V7 e olhando numa tabela na internet observei que V10 se trata de algo em torno de 10c, francamente não escalo isso tudo. Pensando bem V8 é algo em torno de 9c/10a, a Marisqueira que pode ser considerado um grande boulder, deu muito mais trabalho que o Infactivel sem contar que nós já tínhamos escalado muito. Se levar em consideração as comparações o boulder fica no máximo com V6 (9a) mas prefiro que outro escalador com mais bagagem diga qual é o grau mais provável.
Agradeço ao Gabriel, Rami, Camada, João, Reginaldo e Tomás pela parceria neste fim de semana inesquecível.
Boulder "Infactível".
A via não é uma das mais difíceis do local, mas com certeza é a que dá o maior frio na barriga uma vez que apresenta uma grampeação a "la Bito". Pra começar a via só tem 6 chapas nos seus 25 metros de altura. O segundo ponto importante é que se cair próximo da segunda chapeleta, que por sinal é a proteção mais difícil de bater já que quebrou a agarra de costurar e surgiu um crux, possivelmente chegará no chão depois de voar uns 9 metros. Nada motivador!
Passeia a manhã com uma desgraçada dor de cabeça mas por sorte um desses remédios que termina com il resolveu o problema. Fiquei com "foco no foco", pouco escalei até montar um top na via (Sim! Escalei em top primeiro, preferi uma cadena que uma perna quebrada). Depois de memorizar todos os movimentos e muito sangue nos olhos com tremedeira a via saiu. A importância para mim dessa via não era só pela cadena, mas por ser a única via que faltava para passar a regua no setor e talvez ser o primeiro escalar a encadenar todas as vias da pedreira (talvez fato histórico já que não se sabe de nenhum escalador que já fez tal feito, se tiver algum aí avise por favor!).
O fim de semana já estava ganho e já não pretendia mais nada. No domingo o João Cassol me convidou para ir no Gravatá tentar encadenar a via "Marisqueira", um 8c/9a escalado com corda de cima com poucas cadenas. Como a escalada neste setor é doida decidimos aquecer nuns boulder no setor da caverninha. Lá havia uma travessia de um 7b/c que ainda não tinha encadenado e mesmo estando um pouco molhado saiu. Fim de semana mais que ganho! Depois disso aproveitamos o belo dia se sol para curtir a praia, sentado nas pedras e viajando nuns blocos do lado decidimos então ir no foco, via Marisqueira.
Armamos o top no mais belo grampo que se pode encontrar num costão e começamos a tentar. Logo na primeira subida senti que a via estava muito forte para mim, pois se trata de uma via de aproximadamente uns 12 metros de negativo ao qual depois de tirar o pé do chão o único descanso é no cume. Sem muitas pretensões fui dar minha segunda tentativa e por incrivel que pareça os movimentos da via começaram a fluir e eu fui sentindo que o "portal" estava aberto e quando me dei conta já estava dominando o cume. Inacreditável, mais uma cadena ao qual senti que me superei além do imaginado. O João, que na tentativa anterior não encadenou por uma agarra quebrada logo em seguida cumpriu a missão. Felicidade a milhão!
Neste dia ainda encontramos o escalador Reginaldo de Joinville, que nos deu apoio para a cadena da Marisqueira, seguimos terminar o dia escalando alguns boulders do local (que são vários por sinal). Depois de entrar nuns boulders clássicos, decidimos entrar no tal "Infactivel". A história deste boulder começa quando um escalador local (local mesmos, só escalava no gravatá) desse um dia para uns escaladores de São Paulo que o dito era infactivel. Motivados pelo desafia de provar que era possivel os mesmos fizeram a cadena graduando em V10. No ultimo verão, eu e o João já haviamos entrado neste boulder num fim de tarde, talvez pelo cansaço do dia não evoluimos muito. Domingo então decidimos entrar nele, afinal já não tinhamos mais foco nenhum. Por incrível que pareça, com a força do além e o portal aberto, eu cansado do fim de semana de escalada, já na segunda tentativa encadeno o Infactível. Tem coisas que não se explica! O fato é que a cadena saiu e já não sabia mais onde colocar tanta felicidade. O João, não por menos, mandou o boulder logo na seqüencia.
Para dar o ponto final na história do fim de semana e o ponto final do primeiro capítulo do "Infactível" achamos que o talvez o boulder não se trata de V10. Comparando com alguns boulder ditos consagrados aqui na ilha, pode ser que no máximo seja um V8. Eu nunca encadenei nada além de V7 e olhando numa tabela na internet observei que V10 se trata de algo em torno de 10c, francamente não escalo isso tudo. Pensando bem V8 é algo em torno de 9c/10a, a Marisqueira que pode ser considerado um grande boulder, deu muito mais trabalho que o Infactivel sem contar que nós já tínhamos escalado muito. Se levar em consideração as comparações o boulder fica no máximo com V6 (9a) mas prefiro que outro escalador com mais bagagem diga qual é o grau mais provável.
Agradeço ao Gabriel, Rami, Camada, João, Reginaldo e Tomás pela parceria neste fim de semana inesquecível.
Boulder "Infactível".
Parabens pelas cadenas!
ResponderExcluirLindo setor!
Abraçao!
Nando/Grillo
Esse boulder "Infactível" que aparece na foto foi o desafio de um festival de boulder que teve, se não me engano, em 2004, associado a uma abertura de temporada ou a uma etapa do raking catarinense. Não fiquei para ver todas as tentativas, mas eu vi o Marius e o Chin escalarem e a reação de ambos foi de desapontamento, justamente porque o grau estava bem abaixo do sugerido pelo paulista. Os rumores eram como sugeristes mesmo, algo entre V6 e V7.
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